O marketing transformou-se em um
instrumento indispensável para a sobrevivência dos empresários e de suas
instituições. Segundo o papa do assunto Philip Kotler marketing é “a
atividade humana dirigida à satisfação das necessidades e desejos através de um
processo de troca”.
Toda campanha política, necessita de
uma gama de criadores, onde cada passo é uma nova criação. A criação nasce do
confronto. Opor-se a seu cliente é uma necessidade profissional. Todo político
é muito cortejado, não há candidato sem cortejo. Os seus assessores e aqueles
que andam muito próximo a ele o cobrem de louvores que o sufocam. Mas, mesmo
assim, ainda existem muitos políticos que, mesmo cercados de incompetentes
assessores, bajulados o tempo todo, não conseguem abrir os olhos e enxergar o
inverso da situação. Não conseguem sequer, perguntar para si mesmos, que
produto estão oferecendo, que idéia estão transmitindo e que percepção os
eleitores estão tendo.
Em marketing político, a comunicação é
como uma droga. Em doses adequadas é medicamento, em doses elevadas é veneno
fatal. É necessário comunicar, mas pior do que não fazer publicidade é fazê-la
em demasia. Tomar a palavra a todo momento banaliza a imagem do político. É
preciso saber o momento certo e falar com muita moderação. O segredo da boa
comunicação está nos detalhes que empregamos a ela e na moderação que aplicamos
em nós mesmos.
As campanhas eleitorais vitoriosas
devem ser multidisciplinares, envolvendo uma série de profissionais de diversas
áreas. Não existe mais espaço para as campanhas de improviso, feitas apenas na
base da intuição de acordos políticos. Acabou a era do candidato centralizador
de poder.
ONDE O VOTO É MARKETING
O voto é influenciado por três
componentes distintos: 1) ideológico; 2) político e 3) eleitoral.
O voto político é firmado de forma
direta, numa relação pessoal entre candidato e eleitor. Em cidades pequenas
esse fator é grande e chega a 80% da motivação dos votos.
O voto ideológico influencia apenas
uma pequena parcela dos eleitores. O discurso de esquerda, de direita, do
socialismo ou liberalismo afeta pouco mais de 5% do eleitorado, atingindo o
máximo de 10% no mercado nacional.
O voto eleitoral, representa o esforço
concentrado de conquista do eleitor, é o campo de atuação do marketing
político. Sua influência cresce com o tamanho do universo eleitoral. Chega a
atingir até 70% das decisões de voto.
MARKETING POLÍTICO E MARKETING
ELEITORAL
O marketing político está relacionado
com a formação da imagem a longo prazo. É utilizado por pessoas e políticos que
desejam projetar-se publicamente.
Já o marketing eleitoral é de curto
prazo. As estratégias e as táticas de comunicação são montadas em cima de um
ambiente vivo, já existente, em andamento e não de um ambiente criado.
O MERCADO ELEITORAL COMPETITIVO
O mercado eleitoral competitivo é
composto por dois agentes básicos candidato e eleitores. O candidato deseja do
eleitor informação e voto. Informação para poder criar programas de atuação
política e o voto para chegar ao poder e desenvolver o seu programa.
Por outro lado o eleitor deseja do
candidato uma boa comunicação e o cumprimento das promessas e dos favores.
O ELEITOR
Um dos problemas mais clássicos da
ciência política é estudar e determinar o padrão de comportamento dos
eleitores. Como ele pensa e decide o seu voto? Existe algum motivo para a
escolha do seu candidato, quais aspectos que padronizam essa escolha?
No Brasil, através de alguns estudos realizados
sobre o comportamento do eleitor, chegou-se a um consenso de que existem três
leis fundamentais de posicionamento do eleitor, são elas:
Ø Lei da Indiferença: Onde o
eleitor, quando entra na cabine eleitoral põe fim a um difícil processo de
tomada de decisão. Nessa hora ele se lembra de Pelé, de Sílvio Santos, do
macaco Tião e de outras personalidades de forte presença em sua mente, menos
nos candidatos, porque para ele, é tudo igual, é indiferente votar nesse ou
naquele candidato.
Ø Lei da Procrastinação:
Representa o máximo adiamento. O eleitor adia, sempre que puder, sua decisão de
voto para o período mais próximo possível da eleição. Cerca de 90% das pessoas
ao dirigir-se a cabine eleitoral, já tem o seu candidato consolidado, mas 10%
ainda entram para votar, com muita dúvida, são os procrastinadores e, esses
podem decidir uma campanha mais acirrada.
Ø Lei da efemeridade: As idéias
e aspirações da sociedade obedecem a um ciclo de vida determinado (corrupção,
ecologia, violência, etc...). A lei da efemeridade trata dos ciclos das idéias
e aspirações, onde elas nascem, crescem, se desenvolvem, desgastam-se e
desaparecem. Um candidato começar a defender uma causa ou uma idéia, ecologia,
por exemplo, num momento em que o mundo inteiro não fala mais no assunto, é
aderir a uma moda que aos olhos do eleitor já está ultrapassada, porque o mundo
está preocupado neste momento é com o combate à violência.
O CANDIDATO
O candidato é o elo de ligação entre
as causas públicas e o eleitor. É a primeira vitrine dos partidos, das
ideologias, das estratégias de marketing e de seus ideais. O candidato é o
conteúdo, é um contexto amplo entre partido, ideologia, vida e sua participação
na vida social.
Os fatores que compõem um candidato
são:
Ø Potencial próprio: sua capacidade de
liderança, suas habilidades, sua comunicação, sua habilidade de discurso e seu
carisma...
Ø Fatores Internos de pressão: Grupo
político (partido ou facção) e grupo de financiamento
Ø Fatores Externos de pressão:
Eleitores e adversários...
COMUNICAÇÃO
Cada dia que se passa às pessoas são
bombardeadas por milhões de informações e estímulos. É claro que elas não
conseguem processar e reter todas as informações, o que acontece é que a mente
simplifica o que é recebido, aceitando apenas aquilo que interessa. A arte de
se fazer ouvir, de se comunicar e persuadir está na identificação do caminho
mais rápido para a mente. A pirâmide de Maslow, por exemplo, fornece pistas
para descobrirmos o melhor caminho. Segundo ele as reações das pessoas aos
estímulos são determinados basicamente pelas necessidades básicas
(fisiológicas) até as mais elevadas (auto-realização).
A mídia eletrônica hoje é considerada
de o “segundo deus” por sua onipresença e seu poder de influência sobre as
pessoas. Cada veículo tem uma linguagem muito específica, mas quando se trata
de televisão, a linguagem se aproxima bastante do cotidiano das pessoas, de
forma simples e direta. O candidato deve estar ciente de que está invadindo a
sala de estar dos eleitores, é nessa hora o equilíbrio e a moderação, devem
fazer parte de seu comportamento, pois é como se ele estivesse conversando com
o eleitor em sua casa.
PESQUISAS
Um ditado de Maquiavel que diz “ a
realidade é como é, não como gostaríamos que ela fosse”, resume muito bem a
importância da pesquisa na vida do candidato e mais ainda na vida do eleitor.
As pesquisas podem mensurar três tipos
de levantamento para avaliação do eleitorado. As pesquisas de opinião pública
procuram mensurar o conhecimento da população sobre determinados assuntos como
ecologia, privatização, aids, economia, política, área social e etc... . As
pesquisas de acompanhamento e desempenho administrativo levantam os principais
problemas da população, avaliam o desempenho dos governantes, aferem a imagem
administrativa, o grau de conhecimento dos projetos e das obras realizadas e o
grau de satisfação com os serviços públicos. Já as pesquisas eleitorais, por
sua vez, procuram detectar as intenções de voto do eleitor a cada momento,
aferindo o potencial de adesão ou rejeição a cada candidato.
Os fatores de maior relevância em uma
pesquisa são: a imagem do candidato, sua trajetória política, seu carisma e
empatia com o eleitor, seu programa de governo, sua principal meta de governo,
a sua profissão, seu partido político, seus apoiadores e o grupo social em que
está inserido ou se identifica.
Na eleição, como na guerra, grande
parte das batalhas é decidida em tempos de paz. A preparação da campanha
inicia-se com a avaliação do eleitorado, do potencial próprio do candidato e de
seus prováveis inimigos.
PRINCÍPIOS ESTRATÉGICOS
“ O Brasil não é para principiantes”(Tom
Jobim)
1o.) Mantenha sempre um
trunfo contra seus inimigos e saiba quando deve ser acionado;
2o.) Conheça o que pensa o
eleitor, antes de partir para a sua conquista;
3o.) A melhor forma de
conquistar a mente a mente do eleitor é ser primeiro a chegar;
4o.) Não basta ter o perfil
desejado pela população, é preciso associar sua imagem a ele antes dos
adversários;
5o.) Trabalhe na linha de
menor resistência ao posicionamento na mente do eleitor;
6o.) Procure maximizar os
pontos favoráveis e minimizar as falhas, se possível convertendo-se em
virtudes;
7o.) Procure antecipar o
ciclo de idéias e aspirações que predominará no momento da eleição;
8o.) O eleitor sempre
associará o candidato a continuidade ou mudança. Compatibilize sua imagem com a
tendência predominante, respeitando os limites impostos por sua personalidade;
9o.) Concentre seu discurso
na valorização e unidade do partido;
10o.) Convenção é sinal de
força. Se for conveniente, antecipe a convenção;
11o.) Concentre forças no
seu principal inimigo, não desperdice munição atirando para todos os lados;
12o.) Procure sempre
antecipar-se aos movimentos de adversários que possam ameaçar sua posição antes
que seja preciso reagir;
13o.) Confirme os defeitos
do inimigo junto ao eleitorado. Ataque nesse ponto.
14o.) Procure demonstrar
incoerência entre o discurso do candidato e seu passado;
15o.) Utilize a força de
liderança para eliminar as possibilidades de reação do inimigo;
16o.) Redirecione forças
para os segmentos que apresentam maior potencial de votos;
17o.) Se a polarização é
inevitável, procure levar seu adversário para o campo que lhe seja mais
favorável;
MARKETING POLÍTICO PERMANENTE
A campanha permanente em ação requer
uma composição de uma equipe com profissionais altamente competentes. A
comunicação funciona como a outra ponta do processo de marketing permanente. Um
problema resolvido não apresenta muito benefício à imagem do político, se não
for adequadamente divulgado. Se o político se omite, não comunica, em
determinadas ocasiões, ele deixa espaço para o crescimento da oposição, bem
como, deixa espaço também para versões distorcidas de seus opositores.
ATIVIDADE
APÓS EFETUADA A LEITURA DO TEXTO, CITE ALGUMAS AÇÕES DE MARKETING QUE OS POLÍTICOS DE BARRA BONITA E IGARAÇU DO TIETÊ ESTÃO REALIZANDO.
APÓS EFETUADA A LEITURA DO TEXTO, CITE ALGUMAS AÇÕES DE MARKETING QUE OS POLÍTICOS DE BARRA BONITA E IGARAÇU DO TIETÊ ESTÃO REALIZANDO.